Mais de 30 mil doses contra sarampo são aplicadas em 3 meses no AC: 'Comunidade protegida salva vidas'
Campanha iniciou logo após surto de casos na Bolívia, em junho. Adultos até os 59 anos que não tenham tomado a vacina também podem ser imunizados. Estado não tem registro de casos desde 2000.
O vírus do sarampo voltou a circular pela América do Sul, sendo a Bolívia, país que faz fronteira com o Acre, o mais atingido. Diante do alerta para os casos de sarampo, uma campanha de intensificação para imunização contra esta doença iniciou em junho e, até esta terça-feira (26), já vacinou 33.383 pessoas em todo o estado.
De acordo com Renata Quiles, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações no Acre (PNI-AC), o Acre sempre apresentou um alto número de doses administradas desse imunizante, o que reflete no motivo de não haver nenhum registro de caso positivo da doença desde o ano de 2000.
"A vacinação contra o sarampo está incorporada no calendário de rotina desde a década de 1970. É uma vacina com alta taxa de proteção, com 98% de imunidade. Ela está programada no calendário infantil para crianças de 12 e 15 meses de vida", explicou ela.
Apesar de, prioritariamente, a vacina ser aplicada ainda na infância, Renata informou que caso adultos até os 59 anos não tenham tomado, ou não saibam se tomaram, podem também receber o imunizante.
"É levada em consideração a história vacinal. Se já tiver tomado, não toma mais e se não tiver como comprovar, é considerado não vacinado e toma a dose. É possível encontrar a vacina em todas as unidades de saúde não só do estado do Acre, como no país", pontuou ela.
A coordenadora detalhou que a vacina pode ser recebida em três possíveis composições:
- Dupla Viral: previne sarampo e rubéola
- Tríplice viral: previne sarampo, caxumba e rubéola
- Tetra Viral: Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela.
O balanço não lista quais tipo de doses foram as aplicadas no estado.
A coordenadora assegurou que os municípios do Acre estão empenhados na intensificação contra o sarampo e, através da mobilização, o Acre continua livre da doença.
"O sucesso da vacinação e a permanência do estado livre de sarampo depende da consciência dos responsáveis pelas crianças e também a sensibilidade de toda sociedade em compreender que uma comunidade protegida, sim, salva vidas", ressaltou.
No dia 17 de julho, dez dias após emitir um alerta para o surto de sarampo na Bolívia, foi decretada a situação de emergência por conta da doença. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) e tinha o objetivo de facilitar adoção de medidas estratégicas na prevenção e combate ao contágio.
Além disso, foram reforçadas medidas de prevenção, principalmente nas cidades na área de fronteira. A fronteira entre o Acre e a Bolívia possui uma extensão de, aproximadamente, 618 km e, dentre os 22 municípios acreanos, sete fazem fronteira. São eles: Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Plácido de Castro e Acrelândia. (Veja abaixo)
O que é o sarampo?
O sarampo é uma infecção viral altamente contagiosa e transmitida por gotículas liberadas ao falar, tossir ou espirrar. Os principais sintomas incluem febre alta, tosse seca, manchas vermelhas no corpo, conjuntivite e coriza. Em casos mais graves, pode evoluir para pneumonia, meningite e até levar à morte.
“A vacina é a única proteção que temos. Não existe medicação para o sarampo, então, se a pessoa está vacinada, está protegida. É isso que garante o bloqueio da doença e evita que o vírus entre no país”, reforçou.
No Acre, todas as salas de vacinação estão abastecidas, segundo o Plano Nacional de Imunizações (PNI-AC).
Em caso de sintomas gripais ou suspeita de sarampo, recomenda-se evitar aglomerações e usar máscara. Medidas simples como higienizar as mãos com frequência e manter os ambientes ventilados também ajudam a reduzir os riscos de transmissão.
Caso apresente os sinais e sintomas da doença, a recomendação é procurar a assistência em saúde imediatamente e evitar o contato com outras pessoas.
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