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Passa de 2.200 o número de mortos em terremoto no Afeganistão

Tremor de magnitude 6 atingiu região montanhosa do país; mais de 3.600 pessoas ficaram feridas

Passa de 2.200 o número de mortos em terremoto no Afeganistão
Passa de 2.200 o número de mortos em terremoto no Afeganistão (Foto: Reprodução)

Equipes de resgate retiraram corpos dos escombros de casas destruídas pelos terremotos no Afeganistão nesta quinta-feira (4), com o número de mortos confirmado ultrapassando 2.200 pessoas.

As operações de busca continuaram nas áreas montanhosas do leste atingidas pelo terremoto, informou o governo do Talibã, anunciando um novo número de mortos: 2.205, com pelo menos 3.640 feridos.

“Tudo o que tínhamos foi destruído”, disse Aalem Jan, cuja casa na província de Kunar, a mais afetada, foi destruída pelos tremores.

“As únicas coisas que nos restam são essas roupas do corpo”, exclamou Jan. A família dele estava sentada sob as árvores com os pertences empilhados ao lado.

O primeiro terremoto de magnitude 6, um dos mais mortais no Afeganistão nos últimos anos, provocou danos e destruição generalizados nas províncias de Kunar e Nangarhar no domingo (31), quando ocorreu a uma profundidade rasa de 10 km.

Um segundo terremoto de magnitude 5,2 na terça-feira (2) causou pânico e interrompeu os esforços de resgate, pois fez com que pedras deslizassem pelas montanhas e cortassem estradas para vilarejos em áreas remotas.

Em algumas das aldeias mais afetadas na província de Kunar, duas em cada três pessoas morreram ou ficaram feridas, enquanto 98% dos edifícios foram destruídos ou danificados pelos tremores, segundo avaliação da organização de caridade britânica Islamic Relief Worldwide.

Propensão a terremotos

O Afeganistão é propenso a terremotos mortais, particularmente na cordilheira Hindu Kush, onde as placas tectônicas da Índia e da Eurásia se encontram.

Com casas feitas principalmente de alvenaria seca, pedra e madeira, algumas famílias preferiram ficar ao ar livre em vez de voltar para casa, já que os tremores secundários continuam a ocorrer em intervalos regulares.

As casas ofereciam pouca proteção contra os terremotos, em solo instável devido a dias de fortes chuvas, explicou o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.



Os recursos para resgate e assistência humanitária são escassos no país sul-asiático de 42 milhões de habitantes, devastado pela guerra, pobreza e redução da ajuda humanitária, onde o clima rigoroso representa um desafio adicional.

Os cortes de verbas para ajuda externa promovidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a frustração dos doadores com as políticas restritivas do Talibã em relação às mulheres e suas restrições aos trabalhadores humanitários agravaram o isolamento do Afeganistão.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) apontou um déficit de financiamento de US$ 3 milhões, afirmando ser fundamental manter o fluxo de medicamentos, kits de trauma e produtos essenciais em meio à crescente demanda.

O PMA (Programa Mundial de Alimentos da ONU) tem financiamento e estoques para apoiar os sobreviventes por apenas mais quatro semanas, declarou o chefe no país, John Aylieff, à agência de notícias Reuters na quarta-feira (3).

Jacopo Caridi, do Conselho Norueguês para Refugiados, pediu aos doadores que vão além da ajuda humanitária para garantir aos afegãos uma chance de um futuro além da emergência perpétua.

“O terremoto deve servir como um lembrete claro: o Afeganistão não pode ser deixado sozinho para enfrentar uma crise após a outra”, expressou ele.


FONTE: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/mortos-em-terremoto-no-afeganistao/  

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