Veja momento em que Flotilha para Gaza teria sido atingida por drone
Ministério do Interior da Tunísia, onde teria acontecido o ataque, diz que relatos não têm fundamento

A GSF (Flotilha Global Sumud para Gaza) informou nesta terça-feira (9) que um de seus barcos principais foi atingido por um drone em um porto na Tunísia, embora todos os seis passageiros e tripulantes estivessem em segurança.
O Ministério do Interior da Tunísia afirmou que os relatos de um drone atingindo um barco no porto na cidade de Sidi Bou Said "não têm fundamento" e que um incêndio ocorreu na própria embarcação.
O barco de bandeira portuguesa, que transportava o comitê de direção da flotilha, sofreu danos causados pelo incêndio no convés principal e no depósito abaixo do convés, informou a GSF em um comunicado.
A flotilha é uma iniciativa internacional que busca romper o bloqueio naval de Israel e entregar ajuda humanitária à Gaza devastada pela guerra, utilizando barcos civis apoiados por delegações de 44 países, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg e a política de esquerda portuguesa Mariana Mortágua.
A agência de notícias Reuters conseguiu confirmar o vídeo divulgado da embarcação a partir das características externas que correspondem ao arquivo e às imagens da Reuters. As imagens foram localizadas pela agência em sites de rastreamento de navios. A Reuters também conseguiu confirmar a data das imagens com o porta-voz da Flotilha Global Sumud, Wael Nawar.
Nawar também relatou à Reuters que a diferença de horário mostrada nas imagens provavelmente se deve à instalação de uma câmera na Espanha, que estava uma hora à frente da Tunísia.
Após o ataque, dezenas de pessoas se reuniram em frente ao porto de Sidi Bou Said, onde os barcos da flotilha estavam localizados no momento do incidente, agitando bandeiras palestinas e gritando "Palestina Livre", disse uma testemunha da Reuters.
Israel impôs um bloqueio naval ao enclave costeiro desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza em 2007, alegando que o objetivo é impedir que armas cheguem ao grupo.
O bloqueio permaneceu em vigor durante a guerra atual, que começou quando o Hamas atacou o sul de Israel em outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, segundo dados israelenses.
O ataque militar subsequente de Israel contra o Hamas matou mais de 64 mil palestinos, informou o Ministério da Saúde de Gaza, enquanto um grupo de monitoramento global da fome afirmou que parte do território sofre com a fome.
Israel isolou Gaza por terra no início de março, sem permitir a entrada de suprimentos por três meses e provocando uma escassez generalizada de alimentos. Israel alegou que o Hamas estava desviando a ajuda.
Em junho, forças navais israelenses abordaram e apreenderam um iate de bandeira britânica que transportava Thunberg, entre outros. Israel descartou o navio de ajuda humanitária como um golpe de propaganda em apoio ao Hamas.
O GSF também afirmou que uma investigação sobre o ataque com drones estava em andamento e seus resultados seriam divulgados assim que disponíveis.
"Atos de agressão com o objetivo de intimidar e sabotar nossa missão não nos deterão. Nossa missão pacífica de romper o cerco a Gaza e nos solidarizar com seu povo continua com determinação e determinação", afirmou o GSF.
A Relatora Especial das Nações Unidas para os Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, que estava no porto, disse à Reuters: "Não sabemos quem executou o ataque, mas não ficaríamos surpresos se fosse Israel. Se confirmado, trata-se de um ataque contra a soberania tunisiana."
Não houve comentários imediatos do lado israelense.
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